Euroafroíndio,
euroafroíndio, eu.
Eu sou da água de coco,
do toco do pindoba,
da goga que sobra do caxinguelê,
mistura de raças, graça na postura,
jogo de cintura, jeito de viver.
Eu brasileiro, eu!
Euroafroíndio,
euroafroíndio, eu.
De brancos ponteios de violas,
de negros tambores de Angola,
pele morena, cocar de pena,
pena de arara, cara de índio,
minha cara!
Cara de nego maluco,
mucungo é suco de cana,
mucama é dama africana,
cachaça, cana caiu!
Quem descobriu o Brasil
não foi eu, nem você nem Cabral.
Quem levou o pau-brasil,
não foi eu nem você, ninguém viu!
Eu brasileiro, eu!
euroafroíndio eu.
Luís Perequê - poeta e cantor de Paraty
pesquisa: Renata Emily - turma 20
"Luís Perequê, nascido na zona rural de Paraty, é o porta-voz de uma geração que vem transformando a consciência sobre a importância de ser paratiense. Traduziu as transformações sociais que ocorreram através da construção da BR 101. Em suas composições podemos perceber a existência da poesia quotidiana, que retrata a vida dos moradores da região, além de temas como meio ambiente. Fundou o Silo Cultural José Kleber (http://silocultural.org.br) e a Vila Caiçara, espaços destinados a promover talentos locais e assegurar a cultura caiçara."
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